Umas das canções do novo álbum do
grupo Africania ganha um videoclipe sobre memórias do Samba de Batuque da bacia
Jacuípe, no interior da Bahia. A canção se chama “Da Quixabeira pro Gavião” e o
álbum “O Curador do Museu do Imaginário”. Além do videoclipe, o grupo
disponibiliza uma produção em audiovisual sobre saberes e fazeres sobre o ritmo
que inspirou a canção e o disco que teve o seu cronograma comprometido por
conta da pandemia do Coronavírus.
O álbum presta uma homenagem aos sambadores e sambadoras dessa região e está sendo gravado em Feira de Santana, onde os principais integrantes do grupo residem. O videoclipe foi gravado antes da pandemia e editado nesse período de distanciamento social. O vídeo com as memórias, saberes e fazerem dos integrantes foi gravado durante a pandemia, por meio de smartphomes, pelos próprios integrantes.
Esse novo trabalho do grupo,
antes mesmo de ficar totalmente finalizado, já conquista grandes voos. Além de
muitos elogios em shows realizados antes da pandemia e dentre outras atividades
de compartilhamento de conhecimentos, o “O Curador do Museu do Imaginário” vem
se destacando em diversas produções artísticas do interior da Bahia. Este
videoclipe, por exemplo, assim como o vídeo sobre os saberes e fazeres do Samba
de Batuque, conquistaram o Prêmio Cultura e Desenvolvimento Local 2020, da
Belgo Bekaert, em Feira de Santana.
De acordo com Bel da Bonita,
idealizador do grupo Africania, as memórias dos sambadores e sambadoras da
região do Jacuípe sempre despertaram uma vontade para produzir um trabalho.
“Nasci ouvindo Samba de Batuque. O nome do disco por exemplo é inspirado em meu
tio. Tem músicas nesse disco que eu me inspirei nas memórias de meu pai. Ou
seja, eu não fiz uma pesquisa sobre isso, eu sou isso”, destacou Bel.
A canção e o vídeo se
complementam, trazendo detalhes sobre as vivências e experiências dos
principais envolvidos nesse novo trabalho: Bel da Bonita que nasceu em Gavião,
Daniel Penha natural de Quixabeira e Cid Fiuza que veio da cidade de Água Fria,
um trio de baianos que se conheceram nas labutas musicais de Feira de Santana.
O álbum foi
também idealizado por Daniel Penha, que faz parte da nova formação do grupo.
Para o músico, esse novo trabalho significa a preservação de uma memória cultural,
da tradição e expressão de fazer na atualidade. “Continuar as histórias dos
nossos avós, pais e do pessoal da nossa região. No meu caso é também a minha
bandeira política no sentido existencial e de resistência, no sentido cultural
da preservação da tradição, mas também como uma expressão urbana porque eu uso
esses elementos em outros estilos musicais”, expressou Penha.
Além de Daniel Penha, natural de
Quixabeira e Bel da Bonita de Gavião, ambos baianos sertanejos baianos, a
produção audiovisual traz o depoimento do guitarrista Cid Fiuza, também recém
chegado ao grupo. Fiuza, que nasceu em Água Fria, destaca a importância de
Feira de Santana para a promoção de encontros como estes. “Eu por exemplo, acho
que eu nunca teria conhecido Bel, nem Daniel, se não fosse aqui em Feira. Essa
é uma cidade que provoca bons encontros. Em relação ao trabalho, ele é uma
tradução desses encontros de costumes, fazeres e saberes que estão em nossas
memórias”, resumiu.
O videoclipe traz imagens da
região de Quixabeira e Gavião e os depoimentos em vídeo trazem uma síntese
dessa experiência. O videoclipe tem a direção e roteiro de Daniel Dourado,
Jaime Sampaio assina a direção de fotografia, Claudio Camperlingo assumiu a
gerência de produção e Ludmila Dourado na direção executiva. O vídeo com os
integrantes traz desde a maneira que a música foi idealizada até a forma de
tocar o Samba de Batuque. Esse vídeo que compartilha esses saberes e fazeres
tem a produção executiva e editado por Cid Fiuza; a captação foi realizada
pelos próprios componentes como medida de segurança nesse momento de isolamento
social.
Este projeto foi patrocinado com
recurso da Lei Federal de incentivo à cultura, através do Prêmio Cultura e
Desenvolvimento Local, da Mostra da Diversidade Cultural Imagens da Cultura
Popular, realizada pelo Favela é Isso Aí, Belgo Bekaert Arames, Secretaria
Especial da Cultura do Ministério do Turismo e Governo Federal, Pátria Amada Brasil.
O Prêmio Cultura e
Desenvolvimento Local está em sua 3ª edição e em 2020 apoiou 46 propostas em
Feira de Santana, que estão sendo mostradas no modo virtual gratuitamente até
dezembro deste ano. Esta é uma ação que faz
parte do Programa Belgo Bekaert Forma e Transforma e este ano adaptou o seu
regulamento para tempos de pandemia.
As duas produções podem ser
acessadas através dos endereços a seguir:
Instagram: @premioculturafsa
Facebook: www.facebook.com/feiracultura/
Playlist do projeto no Youtube: https://www.youtube.com/playlist?list=PLIlIT6f2aSK9u2MZRljUDtL9mtm6KeI-6
Ou através das redes sociais do
próprio grupo @bandaafricania.