A inquietação do fotógrafo, artista audiovisual e professor baiano Gilucci Augusto com a pandemia foi traduzida em palavras e transformada em duas obras literárias que chegam ao mercado editorial esta semana. Em produção independente, através da Amazon, Quintal: Diário para vaga-lumes em dias de chuva e Abákunhãúna Moendy – Ritos e Raízes já estão disponíveis para venda digital. A primeira é uma coletânea de poesias; o segundo livro é o romance de estreia do escritor, que lançou ano passado Nuances – Entre Luzes e Sombras. Em comum às duas obras a inspiração no universo mítico e familiar. “Minha avó é minha eterna referência de tudo que há de melhor na vida”, define o autor.
Do quintal de memórias, 68 páginas do livro de poesia brotaram em apenas um mês. “Ele compartilha e nos faz conhecer suas andanças infantis, ressoando os ecos do garoto em um homem que desenha em palavras seus sentimentos ternos e eternos, que se misturam em um jogo sinestésico de cheiros e sabores, chuvas e travessuras, embalados pelo carinho transmutado em afeto na figura de sua vó”, apresenta o autor a poeta e professora Aline Nery.
Do quintal de memórias, 68 páginas do livro de poesia brotaram em apenas um mês. “Ele compartilha e nos faz conhecer suas andanças infantis, ressoando os ecos do garoto em um homem que desenha em palavras seus sentimentos ternos e eternos, que se misturam em um jogo sinestésico de cheiros e sabores, chuvas e travessuras, embalados pelo carinho transmutado em afeto na figura de sua vó”, apresenta o autor a poeta e professora Aline Nery.
O livro, que
seria lançado em formato físico este ano, chega ao mercado de forma
independente como E-book na Amazon, com prefácio de Clarissa Macedo,
ilustrações de Lilian Morais Morais e diagramação e projeto gráfico de Rogger
Rocha. Os vagalumes ainda estão acesos na memória da sua infância, mas são
também símbolo de resistência ao fascismo e neofascismo. “Representam uma
espécie de sobrevivência das pequenas luzes, frente ao obscurantismo político e
esse momento tenebroso, pandêmico. Seguindo influências dos escritos e
reflexões de pensadores como Pasolini e Didi-Huberman, resistir e sobreviver
através das artes e da cultura em suas mais múltiplas expressões”, reitera o
autor.
A arte é
mesmo sua resposta. Impossibilitado de fotografar nestes tempos de isolamento
social, o fotógrafo, professor e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em
Desenho, Cultura e Interatividade, se apropriou da escrita para plasmar imagens
e memórias, em verso mas também em prosa. Seu primeiro romance é marcado por
uma narrativa repleta de memórias afetivas. A vida de dona Vavinha, sua avó
Maria José Silva Santos, é a inspiração e fio condutor de uma viagem literária
afrofantástica, com lampejos de lições de vida e compassos de sabedoria.
A mulher
afro-indígena, católica mas também rezadeira, que sai do Vale do Jequiriçá e
passa a viver no Recôncavo Baiano, conduz o leitor a um universo povoado de
beleza e misticismo. “A literatura é realmente imagética, sua escrita conduz um
ímpeto imagético que é seduzido pelo Moendy, um personagem criado para mostrar
esperança, ancestralidade e que valida em nós a necessidade de buscar o melhor
nos seres humanos”, apresenta o escritor Marcos Cajé.
O narrador,
um homem que sofre com a perda de memória, pressentindo a aproximação da
própria morte que se anunciava em sonhos estranhos e repetitivos, decide buscar
abrigo na busca das memórias e histórias da sua avó, o ser que mais amara até
então. E o único de que se recordava com mais facilidade. Nesse percurso entre
a realidade, a imaginação e a fantasia, o personagem nos brinda com momentos
que vão das formas de amor mais puro e os prazeres mais intensos, até às piores
dores e tragédias da vida, tanto da sua própria vida, quanto da existência de
Abákunháúna Moendy, um ser mítico que tem sua história contada por ele, no vai
vem da trama.
“As palavras
que esculpem o texto urdem e fazem ressoar os tremores e vertigens que compelem
cada existir, bem como os laços do coexistir. Realçam a temática da
ancestralidade, o espírito de vida em comunidade, o universo das crenças e
rituais que compõem os cotidianos dos vínculos coletivos”, avalia o professor e
escritor Miguel Almir. Na visão da mediadora artística e cultural Cintia
Palmeira, que mora atualmente em Portugal, Abákunháúna Moendy “se afirma como
instrumento de reflexão sobre a multiplicidade cultural que constrói o tecido
social brasileiro. Uma leitura a não perder”.
Para Gilucci,
que transformou a angústia dos tempos difíceis em produtividade, o contexto
social vai favorecer ainda mais a expansão do mercado de e-books. “O
crescimento das vendas de livros digitais nesse momento de pandemia tende a
crescer. Publicar e-books exige menor investimento, não é necessário editora, o
processo é mais simples e independente e com alcance global. É bom para o
leitor que tem acesso a obras pagando menos e bom para os escritores independentes
também”. As duas novas produções de Gilucci Augusto já estão em pré-venda, com
lançamento marcado para o dia 17 de agosto.
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Foto, Dione Tonheiro |
Sobre
o autor
Baiano,
nascido na cidade de Santo Antônio de Jesus, atualmente residente em Salvador,
Gilucci é cidadão do mundo. Fotógrafo, professor, chef, mestre em Desenho,
Cultura e Interatividade pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs),
publicou em 2018 o livro Corpus et spiritus, no qual apresenta as imagens do
seu trabalho fotográfico, exposto pela primeira vez. Nuances – Entre Luzes e
Sombras foi seu livro de estreia na arte literária.
Serviço:
O quê? “Quintal: Diário para Vaga-lume em dias de Chuva”
Quem? Autor Gilucci Augusto
Quanto? R$ 5,99
Como? O livro pode ser adquirido no site da Amazon
Link? https://amzn.to/3fzmxiK
O quê? “Quintal: Diário para Vaga-lume em dias de Chuva”
Quem? Autor Gilucci Augusto
Quanto? R$ 5,99
Como? O livro pode ser adquirido no site da Amazon
Link? https://amzn.to/3fzmxiK
O quê? “Abákunhãúna Moendy – Ritos e Raízes”
Quem? Autor Gilucci Augusto
Quanto? R$ 9,99
Como? O livro pode ser adquirido no site da Amazon
Link? https://amzn.to/2CUy3Xp