
A cultura feirense perdeu
nesta terça-feira, 19, um dos seus maiores expoentes, o violeiro Caboquinho.
Nascido em 18 de agosto de 1945, faria 75 anos em alguns meses mais. Morreu de
parada cardíaca, no hospital em que se encontrava internado em uma UTI havia
sete dias.
O
prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins Filho, lamentou a perda.
"Seguramente o maior repentista da Bahia, para nosso orgulho radicado em
Feira de Santana desde a juventude e durante décadas elevando as artes da nossa
cidade com o seu talento", disse o prefeito. O violeiro era natural da
cidade de Serrinha.
Batizado
José Crispim Ramos, o repentista Caboquinho, filho de outro famoso da viola e
já falecido, Dadinho, passou a viver com problemas de saúde desde que sofreu o
primeiro infarto, anos atrás.
Advogado
militante na comarca, o violeiro Caboquinho formou dupla com o irmão João
Ramos, mais um talentoso repentista da família, após a morte do pai. Ambos
participaram e organizaram por décadas o Festival de Violeiros do Nordeste, em
Feira de Santana.
"Era
algo infelizmente que a família esperava nos últimos meses, quando agravou-se o
quadro de saúde dele", diz João Ramos. Caboquinho deixou viúva e sete
filhos. O sepultamento será no Cemitério São Jorge nesta quarta, em horário
ainda não definido.
Em nota,
o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Edson Borges, disse que o violeiro
deixa uma "grande lacuna no mundo cultural do Estado". Ele se
solidariza com familiares e colegas de Caboquinho, um dos fundadores e por
muito tempo presidente da Associação dos Violeiros, Trovadores e Repentistas da
Bahia.
Em razão
da pandemia de coronavírus, não haverá velório. O enterro terá presença
restrita de pessoas, máximo de 10. Centenas de cidadãos feirenses,
especialmente do meio cultural, vão lamentar não poder prestar uma última
homenagem a este que foi um dos grandes violeiros brasileiros.
Secom/Feira de Santana