A beleza e tradição do Samba de Roda prometem tomar conta do município
de Cachoeira, na região do Recôncavo baiano, com a abertura nos dias 25 e 26 de
outubro, da programação da Casa do Samba de Roda de Dona Dalva. As
apresentações, que acontecem no âmbito do projeto de Apoio e Promoção a
Manifestações Culturais, têm o apoio financeiro do Governo do Estado, através
do Fundo de Cultura, secretarias da Fazenda (Sefaz) e de Cultura do Estado da
Bahia (SecultBA).
O público que visitar a Casa, dia 25, às 17h, poderá desfrutar da
originalidade e contagiante batuque do Samba de Roda de Dona Dalva, que se
apresenta no Quintal do Samba. Já no dia 26 é a vez de Tom Barreto de Salinas
da Margarida e do Samba de Roda Filhos de Nagô de São Félix se apresentarem, às
17h e 19h. O Samba de Roda da Doutora Dalva Damiana, também
conhecido como Samba Suerdieck é um dos mais belos e tradicionais dos Sambas de
Roda do Recôncavo baiano. Oriundo direto dos batuques africanos, a característica
principal desse Samba, além do pioneirismo em ser o primeiro grupo de Cachoeira
para apresentações públicas, é a performance das baianas.
Exibindo uma performance com tocadores e sambadeiras caracteristicamente
trajadas de baianas, o Samba de Roda de Dona Dalva vem demonstrando sua
elegância em roda. A apresentação é conduzida pela Doutora Dalva Damiana e
mestra Ana Olga, sambadeira, compositora e filha. Entre o samba Corrido e
Barravento, cada baiana samba ao centro mostrando o verdadeiro "samba no
pé" ou o "miudinho" e tira a próxima com uma umbigada, esta dá
continuidade ao "samba de roda". Os tocadores utilizam instrumentos
de corda e percussão, alguns são moradores de Cachoeira e outros de cidades
próximas. Alguns destes vem da formação do Samba de Roda Mirim Flor do Dia
também constituído por Dona Dalva no bairro do Rosarinho.
No dia 26, o compositor e sambista Tom Barreto estará no espaço
encantando o público. O artista é soteropolitano, batizado pelos pais de
Odenilton, sendo Odé o nome do orixá da caça, das matas e florestas. Escolheu o
recôncavo como morada há mais de dez anos, e atualmente reside em Salinas da
Margarida, onde encontra inspiração para suas composições que falam sobre a
beleza da natureza e do povo de onde mora, sobretudo, da força e fé das
marisqueiras, pescadores e comunidades quilombolas que vivem às margens do rio
Paraguaçu.
Em janeiro de 2017, Tom foi convidado pela cantora Margareth Menezes
para se apresentar no projeto cultural Mercado Iaô. A grande afinidade musical
entre os artistas, fez com que Margareth se interessasse especialmente por duas
canções de autoria de Tom, “Céu Barroco” e “Solo Sagrado”, que serão gravadas
pela cantora ainda este ano.
E para completar a noite, tem apresentação do Samba de Roda Filhos de
Nagô. Considerado como legítimo representante da cultura popular e da
musicalidade do Recôncavo baiano, o conjunto foi um dos solicitantes do
registro do Samba de Roda do Recôncavo como Patrimônio Cultural Brasileiro
(IPHAN, 2004). O grupo traz no seu repertório sambas corridos e de barravento
tradicionais entre muitos de autoria de seus músicos, em especial, o compositor
Mário dos Santos. Experiente em apresentações em diversos espaços do cenário
cultural do Recôncavo e da Bahia, o Filhos de Nagô é composto por doze
integrantes e tem vários CDs lançados.
A programação faz parte do projeto Apoio e Promoção a
Manifestações Culturais – 2ª edição. O projeto é realizado pela
Associação Cultural do Samba de Roda Dalva Damiana de Freitas, com apoio
financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da
Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia e parceria do Laboratório de Etnomusicologia,
Antropologia e Audiovisual – LEAA Recôncavo e Casa do Samba de Dona Dalva.
Fundo de Cultura do Estado da
Bahia (FCBA) – Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções
artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura é gerido pelas Secretarias da
Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total ou parcialmente, projetos
estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito
público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são,
preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam
de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à
iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro) linhas de apoio,
modelo de referência para outros estados da federação: Ações Continuadas de Instituições Culturais sem fins lucrativos;
Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Cultural e Editais Setoriais.
Para mais informações, acesse: www.cultura.ba.gov.br