Quem não conhece a literatura de cordel? Uma
das mais populares populares produções do nordeste, também marca presença na
Festa Literária Internacional de Cachoeira.
Sua representante é a mestra Janete Lainha Coelho, que começou a fazer
literatura aos 7 anos de idade.
“Eu vim de uma casa com 16 irmãos, onde não tinha água, luz nem
saneamento básico. Então as pessoas diziam que a gente tinha tudo para dar
errado e eu comecei a fazer o mundo imaginário das palavras, a rimar as
palavras para fugir dessa realidade”, explica.
Com quase 500 livros publicados, em 2009, a escritora recebeu o título
de “Mestra da Cultura Popular”, pelo seu trabalho com cordéis e xilogravuras.
“Eu sou movida a necessidade, sou um dos poetas populares que sobrevive
apenas da sua arte, o que me fez ter que aprender de tudo, corrigir, diagramar,
tudo de forma artesanal até hoje”, diz.
Sobre a Flica, a mestra explica a necessidade de levar sua arte para
todos os cantos do Brasil, como o Recôncavo Baiano.
“Como Mestra da Cultura Popular, eu tenho que espalhar saberes e
fazeres, então eu sou muito comprometida com a arte, eu entendo que na
literatura de cordel, eu passo esses saberes para a nova geração, assim como eu
também aprendi. Me sinto no dever de espalhar esses temas sociais, políticos,
econômicos e de geração de renda”, finaliza.
Ascom Flica